Maranata!
Olá lideres, aqui está um pequeno material sobre abrigos, natural ou não. Espero que possa ajudar na sua procura. Qualquer dúvida mande um e-mail.
Esta semana estamos organizando um acampamento de pioneiria para juvenis, coisinha básica, pois é o primeiro deles, mais terá portais, Bivac’s, altar de cozinha, forno, pia e muito mais. Trarei as fotos e as instruções para vocês.
Fiquem com Deus.
terça-feira, 18 de maio de 2010
PROTEÇÃO NA SELVA - Abrigos
PROTEÇÃO NA SELVA
ARTIGO I
ABRIGOS
GENERALIDADES
Um homem na selva, em regime de sobrevivência, necessita de algum conforto, de condições psicológicas as mais favoráveis possíveis e de proteção contra o meio adverso. Ele necessita de um abrigo eficiente, limpo e de bom aspecto. As operações na selva podem ser sinteticamente conceituadas como sendo o emprego da inteligência, do vigor físico e da adaptabilidade do combatente à selva. O combate, então, mais que qualquer outro, exige homens com ótimas condições físicas e psicológicas, de sorte a poderem suportar, com o mínimo desgaste, as influências mesológicas e, assim, apresentar um rendimento máximo nas ações. Um dos meios de conseguir isto é construir um bom abrigo, sempre que possível.
DEFINIÇÃO
Abrigos são construções preparadas pelo combatente, com os meios que a selva e o próprio equipamento lhe oferecem, para a proteção contra as intempéries e os animais selvagens.
CLASSIFICAÇÃO
a. Abrigos Permanentes - São aqueles construídos com ou sem material da região e destinados a permitir a permanência continuada e por tempo indeterminado do combatente na selva.
b. Abrigos Semipermanentes - São aqueles construídos com material da região e destinados a dar condições à permanência na selva por um longo período de tempo. Em função do número de indivíduos a abrigar ou de sua utilização, apresentam os seguintes tipos:
l) Tapiri simples;
2) Tapiri para cozinha;
3) Tapiri nativo do caboclo;
4) Tapiri duas águas;
5) Tapiri uma água.
c. Abrigos temporários - São aqueles construídos com material da região, utilizando também, se necessário, partes do próprio equipamento, e destinados a permitir a permanência do combatente na selva por curtos períodos de tempo. Os mais comuns são:
l) Rabo-de-jacu - o mais simples de todos;
2) Rabo-de-mutum - ideal para utilizar rede;
3) Japá - tipo túnel, também utilizado em canoas;
4) Improvisado com telheiro da rede de selva ou poncho;
5) Poncho ou telheiro da rede de selva como saco de dormir;
6) Poncho ou telheiro da rede de selva, suspenso do solo e preso nas extremidades;
7) Poncho ou telheiro da rede de selva suspenso do solo por uma corda ou cordão central e preso por estacas;
8) Dois ponchos juntos e suspensos do solo, presos por estacas;
9) Outros tipos.
MATERIAL NATIVO PARA CONSTRUÇÃO
O material a ser obtido na própria selva inclui, normalmente:
a. Madeira (troncos finos e grossos) para a estrutura;
b. Cipós (ambé, titica, timbó-açu) ou cascas de certas árvores (enviras preta e branca) para todas as amarrações;
c. Palhas (branca, braba, ubim em "V", najá) ou folhas de palmeiras (açaí, buriti, bacaba, patauá) ou sororoca ( semelhante à folha da bananeira) ou caranaí (Fig 5-16) para as coberturas.
Observação: As palhas, sem seus talos, ou as folhas de sororoca podem ser usadas para a confecção de tarimbas (espécie de colchão que fica sobre as “varas” de madeira da cama).
LOCAL DE CONSTRUÇÃO
a. Para a construção do abrigo, deverá ser selecionado um lugar alto, em terreno ligeiramente inclinado e relativamente limpo, afastado de chavascais e, se possível, próximo de água potável.
b. Ao iniciar a construção do abrigo, deverá ser verificado se as árvores onde serão feitas as amarrações estão firmes e não possuem galhos secos, pois, caso contrário, poderão cair provocando acidentes. O abrigo não deve estar próximo ou embaixo de árvores secas.
CONSTRUÇÃO DO TAPIRI SIMPLES
Na construção do tapiri simples, devem ser observadas as seguintes características:
a. Amarração firme;
b. Quatro dedos de distância entre os talos das palhas de cobertura e todos os talos amarrados ao teto;
c. Regularidade dos paus do assoalho, todos eles da mesma bitola;
d. Fixação dos esteios;
e. Bom aspecto: não deixar pontas irregulares de madeira e palhas, criando assim boas condições psicológicas nos ocupantes.
f. É conveniente “passar no fogo” as palhas que serão utilizadas para forrar o local de repouso, a fim de eliminar carrapatos.
OUTRAS PROVIDÊNCIAS
a. É necessário construir um abrigo (rabo-de-jacu, por exemplo) para a fogueira, para a lenha, para alimentos etc., pois as chuvas são fortes e quase sempre inesperadas. O fogo não deve ser aceso debaixo do abrigo por motivos óbvios e ainda porque o calor atrai serpentes e outros animais perigosos.
b. É imprescindível que todos os detritos sejam enterrados numa fossa, o que evita companhias indesejáveis (roedores, serpentes, formigas etc.). Esta observação inclui a utilização de latrinas.
c. Um terçado (facão) é o equipamento suficiente para a construção de um abrigo.
d. Não devem ser dados nós em cipós (exceção feita ao nó de porco ou de barqueiro), suas pontas devem ser enroladas nas voltas dadas nas vigas.
e. Têm ainda grande utilidade na selva:
l) Uma rede de "nylon", tipo "malha de camarão"; é leve, resistente, não encharca e é pouco volumosa para transporte, embora não ofereça proteção contra os mosquitos.
2) Vinte metros de corda de "nylon" de um centímetro de espessura ou de “perlon”, para amarrar as duas alças da rede, ao mesmo tempo que, esticada. entre essas duas, servirá para suportar o plástico.
3) Um plástico de 3 a 4 metros de comprimento, para ser usado como cobertura da rede, apoiado na corda de "nylon"; o plastico servirá também de cobertor contra o frio.
4) Todo esse equipamento representará um volume pequeno e leve. A chamada rede de selva engloba todo esse conjunto.



ARTIGO I
ABRIGOS
GENERALIDADES
Um homem na selva, em regime de sobrevivência, necessita de algum conforto, de condições psicológicas as mais favoráveis possíveis e de proteção contra o meio adverso. Ele necessita de um abrigo eficiente, limpo e de bom aspecto. As operações na selva podem ser sinteticamente conceituadas como sendo o emprego da inteligência, do vigor físico e da adaptabilidade do combatente à selva. O combate, então, mais que qualquer outro, exige homens com ótimas condições físicas e psicológicas, de sorte a poderem suportar, com o mínimo desgaste, as influências mesológicas e, assim, apresentar um rendimento máximo nas ações. Um dos meios de conseguir isto é construir um bom abrigo, sempre que possível.
DEFINIÇÃO
Abrigos são construções preparadas pelo combatente, com os meios que a selva e o próprio equipamento lhe oferecem, para a proteção contra as intempéries e os animais selvagens.
CLASSIFICAÇÃO
a. Abrigos Permanentes - São aqueles construídos com ou sem material da região e destinados a permitir a permanência continuada e por tempo indeterminado do combatente na selva.
b. Abrigos Semipermanentes - São aqueles construídos com material da região e destinados a dar condições à permanência na selva por um longo período de tempo. Em função do número de indivíduos a abrigar ou de sua utilização, apresentam os seguintes tipos:
l) Tapiri simples;
2) Tapiri para cozinha;
3) Tapiri nativo do caboclo;
4) Tapiri duas águas;
5) Tapiri uma água.
c. Abrigos temporários - São aqueles construídos com material da região, utilizando também, se necessário, partes do próprio equipamento, e destinados a permitir a permanência do combatente na selva por curtos períodos de tempo. Os mais comuns são:
l) Rabo-de-jacu - o mais simples de todos;
2) Rabo-de-mutum - ideal para utilizar rede;
3) Japá - tipo túnel, também utilizado em canoas;
4) Improvisado com telheiro da rede de selva ou poncho;
5) Poncho ou telheiro da rede de selva como saco de dormir;
6) Poncho ou telheiro da rede de selva, suspenso do solo e preso nas extremidades;
7) Poncho ou telheiro da rede de selva suspenso do solo por uma corda ou cordão central e preso por estacas;
8) Dois ponchos juntos e suspensos do solo, presos por estacas;
9) Outros tipos.
MATERIAL NATIVO PARA CONSTRUÇÃO
O material a ser obtido na própria selva inclui, normalmente:
a. Madeira (troncos finos e grossos) para a estrutura;
b. Cipós (ambé, titica, timbó-açu) ou cascas de certas árvores (enviras preta e branca) para todas as amarrações;
c. Palhas (branca, braba, ubim em "V", najá) ou folhas de palmeiras (açaí, buriti, bacaba, patauá) ou sororoca ( semelhante à folha da bananeira) ou caranaí (Fig 5-16) para as coberturas.
Observação: As palhas, sem seus talos, ou as folhas de sororoca podem ser usadas para a confecção de tarimbas (espécie de colchão que fica sobre as “varas” de madeira da cama).
LOCAL DE CONSTRUÇÃO
a. Para a construção do abrigo, deverá ser selecionado um lugar alto, em terreno ligeiramente inclinado e relativamente limpo, afastado de chavascais e, se possível, próximo de água potável.
b. Ao iniciar a construção do abrigo, deverá ser verificado se as árvores onde serão feitas as amarrações estão firmes e não possuem galhos secos, pois, caso contrário, poderão cair provocando acidentes. O abrigo não deve estar próximo ou embaixo de árvores secas.
CONSTRUÇÃO DO TAPIRI SIMPLES
Na construção do tapiri simples, devem ser observadas as seguintes características:
a. Amarração firme;
b. Quatro dedos de distância entre os talos das palhas de cobertura e todos os talos amarrados ao teto;
c. Regularidade dos paus do assoalho, todos eles da mesma bitola;
d. Fixação dos esteios;
e. Bom aspecto: não deixar pontas irregulares de madeira e palhas, criando assim boas condições psicológicas nos ocupantes.
f. É conveniente “passar no fogo” as palhas que serão utilizadas para forrar o local de repouso, a fim de eliminar carrapatos.
OUTRAS PROVIDÊNCIAS
a. É necessário construir um abrigo (rabo-de-jacu, por exemplo) para a fogueira, para a lenha, para alimentos etc., pois as chuvas são fortes e quase sempre inesperadas. O fogo não deve ser aceso debaixo do abrigo por motivos óbvios e ainda porque o calor atrai serpentes e outros animais perigosos.
b. É imprescindível que todos os detritos sejam enterrados numa fossa, o que evita companhias indesejáveis (roedores, serpentes, formigas etc.). Esta observação inclui a utilização de latrinas.
c. Um terçado (facão) é o equipamento suficiente para a construção de um abrigo.
d. Não devem ser dados nós em cipós (exceção feita ao nó de porco ou de barqueiro), suas pontas devem ser enroladas nas voltas dadas nas vigas.
e. Têm ainda grande utilidade na selva:
l) Uma rede de "nylon", tipo "malha de camarão"; é leve, resistente, não encharca e é pouco volumosa para transporte, embora não ofereça proteção contra os mosquitos.
2) Vinte metros de corda de "nylon" de um centímetro de espessura ou de “perlon”, para amarrar as duas alças da rede, ao mesmo tempo que, esticada. entre essas duas, servirá para suportar o plástico.
3) Um plástico de 3 a 4 metros de comprimento, para ser usado como cobertura da rede, apoiado na corda de "nylon"; o plastico servirá também de cobertor contra o frio.
4) Todo esse equipamento representará um volume pequeno e leve. A chamada rede de selva engloba todo esse conjunto.





domingo, 16 de maio de 2010
História dos Desbravadores no Brasil
Maranata!
Olá vamos começar pelo começo, a história dos DESBRAVADORES no BRASIL.
Em nosso país a história dos Desbravadores padece por falta de registros e documentação comprobatória. Não existem atas, nem livros, nem artigos de revistas, nem jornais que confirmem os fatos relatados. Falando ao jornalista Michelson Borges, da Casa Publicadora Brasileira, Henry Feyerabend disse: "Eu sempre entendi que em Lageado Baixo foi fundado o primeiro Clube do Brasil, mas não tenho nenhuma prova disso, nem certeza tenho, pois não há nenhum registro da organização desse clube".
Muitas realizações , nomes de pessoas, datas e informações podem ter caído involuntariamente no anonimato ou simplesmente ter sido esquecidos pelas deficiências naturais da comunicação oral. Conseqüentemente, as versões existentes, aqui apresentadas, podem, num momento ou noutro, chocar-se. Mas que tal incarar tudo isso como parte de um grande e belo mosaico construído por muitos atores?
O que você vai ler a seguir faz parte de um esforço de reconstrução da história, baseado praticamente em lembranças e relatos de personagens muito importantes para os Desbravadores no Brasil. Eles efetivamente contribuíram para estabelecer um programa que deu certo, e o mérito de todos (Cláudio Belz, Edgard Turcílio, Henry Feyerabend, Jairo de Araújo, Jesus Nazarenth Bronze, José Silvestre, Luis Roberto Farias, Osvaldo Haroldo Fuckner, Wilson Sarli... ) foi acreditar no potencial dos juvenis e jovens cristãos de nosso país. A dificuldade de precisar nomes, lugares e datas pode ser a oportunidade de dedicar somente a Cristo as homenagens e o louvou pelo grande empreendimento espiritual e social que é o Clube de Desbravadores.
Segundo Claudinei Candido Silva, pesquisador do Departamento de Desbravadores da Associação Geral , o Pastor Jairo Tavares de Araújo, então líder da juventude adventista da Divisão Sul-Americana, com sede ainda no Uruguai foi o primeiro a incentivar a organização de Clubes de Desbravadores na América do Sul. Em 1957, ele preparou um pequeno manual sobre como organizar um Clube de Desbravadores.
Em São Paulo"Tive a oportunidade de conversar com o Pr. Jairo de Araújo, por ocasião de um Camporee da União Central Brasileira, realizado em Brasília, quando ele e eu fomos homenageados pela criação desse movimento [ Desbravadores] no Brasil", conta o Pastor Wilson Sarli. "Ele me lembrou de quando, em 1959, por ocasião das comemorações dos 40 anos da Sociedade dos Missionários Voluntários no Brasil, realizadas no artigo Colégio Adventista Brasileiro, de 29 de julho a 1 de agosto, ele lançou um desafio para a criação de clubes de desbravadores. Eu estava presente a este congresso, ainda como distrital em Bauru, SP. Mas, até então, não havia desbravadores no Brasil. Era uma atividade desconhecida."
O primeiro contato que o Pastor Wilson Sarli teve com um clube de desbravadores organizado, foi no dia 6 de janeiro de 1961, em Embalce Rio Tercero, na Argentina. Ele havia recém assumido o Departamento de Jovens da Associação Paulista e estava representando São Paulo no Congresso de Jovens da União Austral. Na sexta-feira assistiu as apresentações de um clube de desbravadores no Chile, sob a liderança do Pastor John B. Youngberg, missionário americano que havia criado o clube naquele país.
De volta ao Brasil, com todo material que conseguiu com o Pastor Youngbeerg, o Pastor Wilson pediu a sua secretária que o traduzisse. Segundo ele, esse material foi-lhe solicitado pelo Pastor Henry Feyerabend e também serviu de apoio ao surgimento dos Desbravadores em Santa Catarina. Alguns dias depois, o Pastor Jesus Nazareth Bronze, então Distrital de Ribeirão Preto, comunicou-lhe que a comissão da igreja havia recentemente escolhido um diretor para o Clube de Desbravadores local, a ser fundado, e solicitava instruções para o seu funcionamento.
Em Ribeirão Preto, o Pastor Wilson foi apresentado a um dos primeiros diretores de clube do Brasil, o jovem Luis Roberto Farias, que foi substituído logo depois por Edgard Turcílio. No sábado, todos aguardavam ansiosos pelas palavras do Pastor da Associação, que naquele dia pregaria sobre o Clube de Desbravadores.
Em Santa Catarina
O Pastor norte-americano Henry Raymond Feyerabend, nascido a 10 de junho de 1931, também participou no Congresso na Argentina, em 1961, como Diretor de Jovens da Missão Catarinense. Segundo o Jornal Adventista da Associação Catarinense, "o Pastor Feyerabend chegou ao Brasil em 24 de Dezembro de 1958, já trazendo em sua bagagem as idéias da formação de clubes de Desbravadores, adquiridas em seu distrito nos Estados Unidos. No dia 20 de abril de 1960, Feyerabend dirigiu uma reunião de planejamento das atividades do futuro Clube de Desbravadores Vigilantes, que se iniciaram no dia 28 de abril de 1960... De acordo com Elza Fuckner Alves, que então contava com 11 anos, sua irmã, Lúcia Fuckner dos Santos, nasceu exatamente um dia antes da reunião inaugural (19 de abril de 1960). A identidade de Lúcia confirma a data. Ademar Zabel ainda lembra que, por ter apenas nove anos de idade na época, não poderia participar do Clube, mas acabou sendo aceito depois de muita insistência. Hoje (abril de 2000), Ademar tem 49 anos."
Entretanto, em e-mail de 25/10/00, para Francisco Lemos, o Pastor Henry Feyerabend afirma com respeito à origem dos Desbravadores em Santa Catarina: " Não tenho nada escrito para confirmar a data de início dos clubes. Minha memória também não é perfeita. Fui para Santa Catarina em 1958 e saí de lá em 1962, transferido para A voz da Profecia. Organizei 7 ou 8 clubes em Santa Catarina messe período. Mas a Associação não tem nada que confirme as datas em seus arquivos. Os membros da Igreja de Lageado Baixo dizem que tem certeza de que o seu clube foi organizado antes da viagem para a Argentina em 1961. Mas como já falei, eu não tenho dados escritos nem memória para declarar que foi assim".
No mês de julho de 1961, o Pastor Feyerabend recebeu a visita do Pastor Youngberg, que viera ao Brasil passar algumas dicas sobre como organizar clubes de desbravadores. Naquele tempo já havia clubes em seis cidades catarinenses - Lageado Baixo, Joinville, Blumenau, Florianópolis, Benedito Novo e Bom Retiro. O primeiro a ser fundado foi o de Lageado Baixo, que teve como primeiro Diretor o jovem Osvaldo Haroldo Fuckner.
O evento mais marcante para o Pastor Feyerabend foi a realização de um campori na praia de Itapema, em 1961. " Reunimos naquele acampamento os clubes que havia em Santa Catarina", conta Feyerand. " Não me lembro do número exato de pessoas que participaram, mais creio que tivemos quase 200, contando desbravadores, conselheiros, pastores e instrutores.
No Rio de Janeiro
Quase na mesma época em que o Pastor Wilson Sarli organizava o clube de Ribeirão Preto, o Pastor Cláudio C. Belz ( bisneto do pioneiro Guilherme Belz) recebia dos Estados Unidos material sobre os Desbravadores. Na época, ele era Diretor de Jovens na Associação Rio-Minas. Seu pai, Rodolpho Belz, traduziu as apostilas e ambos, pai e filho, ficaram entusiasmados com as idéias nelas apresentadas. O Pastor Cláudio preparou um sermão sobre o assunto e o apresentou na igreja de Pavuna, no Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, vestindo seu uniforme recém-confeccionado (foi o primeiro desbravador uniformizado em nosso país) e de bandeira em punho apresentou-se na Igreja de Meyer, Rio de Janeiro, onde também falou sobre a importância do Clube de Desbravadores. "Na hora do culto, algumas se retiraram da igreja", lembra o Pastor Cláudio. " Na saída, chamaram-me de louco. Onde já se viu um pastor adventista organizando um clube dentro da igreja, com uniforme, bandeira, hino oficial... Quase desanimei. Ainda bem que meu pai era o presidente da União Este-Brasileira e, como homem de visão, deu-me toda a cobertura".
O Pastor Cláudio Belz organizou o seu primeiro campori de União, no Brasil, e o primeiro campori Sul-Americano. Segundo dados da Associação Geral, ele foi o Diretor de jovens que mais tempo dedicou aos Desbravadores: 33 anos. Junto com o Pastor Youngberg, Cláudio Belz fundou Clubes em vários lugares do Brasil.
Desafio Juvenil Nos dias 1º a 4 de novembro de 1970, 350 desbravadores tiveram a oportunidade de participar do primeiro Campori de Associação (congresso do qual participaram vários clubes) realizado no Brasil. A cidade escolhida foi Pirassununga, SP. E os organizadores foram o Pastores Rodolpho Gorski ( então diretor de jovens da antiga União Sul-Brasileira, cuja sede era São Paulo) e José Silvestre. "Lembro-me da viagem que fizemos de trem de São Paulo até Pirassununga", recorda o Pastor Gorski. "Lembro-me com saudades das barracas, do programa, das atividades, dos banhos no rio, e da cachoeira". Havia Clubes do interior do Estado e da capital, o que tornava aquele encontro um fato inédito, uma vez que os acampamentos até então eram realizados isoladamente por clubes.
Além de ser um dos organizadores desse primeiro Campori, o Pastor José Silvestre foi um desses homens que vestiu o uniforme dos desbravadores para nunca mais tirar, Natural de Regente Feijó, SP, Silvestre começou a trabalhar com Desbravadores (na Obra)em 1972, com 34 anos. Foi ordenado ao Ministério em 1975. Em 1978 foi para o distrito de Registro, SP, onde organizou três clubes, que funcionam até hoje. Em 1980 assumiu o Departamento de Jovens da Associação Paulista, a fim de continuar trabalhando com os Desbravadores. "Sempre gostei de trabalhar com os jovens porque eles encaram mais facilmente os desafios", diz o Pastor Silvestre.
Esse gosto pelos Desbravadores começou bem cedo, quando Silvestre ainda estava no Colégio Interno, onde fundou o Clube de Desbravadores do IAE, em 1965. Na época ele leu muitos livros, manuais e apostilas dos escoteiros e outros movimentos ligados a educação de menores. Pesquisou também os livros de Ellen G. White e encontrou apoio no que ela escreveu sobre a educação, orientação e formação dos jovens e juvenis.
Os desbravadores das décadas de 1960 e 1970 não tinham materiais didáticos nem equipamentos. Naquela época as barracas eram caras e muitos materiais eram importados. Também não tinham líderes preparados, mas insistimos na realização de cursos e na preparação de novos líderes. Foram tempo difíceis, é verdade, mas acreditamos e antevimos milhares de jovens e juvenis que se firmariam na Igreja, sendo, no futuro, líderes fortes" lembra o Pastor Silvestre.
Os pequenos clubes fundados no início da década de 60, no Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e em outros Estados de nosso país foram a célula inicial do que são hoje os mais de 100 mil desbravadores, organizados em quase 3.000 clubes. "Em mais de 50 anos de história e milhares de acampamentos e Camporis, os Desbravadores acumularam muitos troféus. Eles não são apenas de madeira e metal. Os mais preciosos são pessoas, juvenis que cresceram e hoje são empresários, pastores, professores, médicos e gente que está espalhada no mundo todo, anunciando com a sua vida que Jesus em breve voltará. As faixas de especialidades, os broches, a farda, a bandeira azul e branca, o escudo vermelho e amarelo são lembranças da esperança plantada no peito. Com amor, brincadeiras e muitas felicidades.”

Olá vamos começar pelo começo, a história dos DESBRAVADORES no BRASIL.
Em nosso país a história dos Desbravadores padece por falta de registros e documentação comprobatória. Não existem atas, nem livros, nem artigos de revistas, nem jornais que confirmem os fatos relatados. Falando ao jornalista Michelson Borges, da Casa Publicadora Brasileira, Henry Feyerabend disse: "Eu sempre entendi que em Lageado Baixo foi fundado o primeiro Clube do Brasil, mas não tenho nenhuma prova disso, nem certeza tenho, pois não há nenhum registro da organização desse clube".
Muitas realizações , nomes de pessoas, datas e informações podem ter caído involuntariamente no anonimato ou simplesmente ter sido esquecidos pelas deficiências naturais da comunicação oral. Conseqüentemente, as versões existentes, aqui apresentadas, podem, num momento ou noutro, chocar-se. Mas que tal incarar tudo isso como parte de um grande e belo mosaico construído por muitos atores?
O que você vai ler a seguir faz parte de um esforço de reconstrução da história, baseado praticamente em lembranças e relatos de personagens muito importantes para os Desbravadores no Brasil. Eles efetivamente contribuíram para estabelecer um programa que deu certo, e o mérito de todos (Cláudio Belz, Edgard Turcílio, Henry Feyerabend, Jairo de Araújo, Jesus Nazarenth Bronze, José Silvestre, Luis Roberto Farias, Osvaldo Haroldo Fuckner, Wilson Sarli... ) foi acreditar no potencial dos juvenis e jovens cristãos de nosso país. A dificuldade de precisar nomes, lugares e datas pode ser a oportunidade de dedicar somente a Cristo as homenagens e o louvou pelo grande empreendimento espiritual e social que é o Clube de Desbravadores.
Segundo Claudinei Candido Silva, pesquisador do Departamento de Desbravadores da Associação Geral , o Pastor Jairo Tavares de Araújo, então líder da juventude adventista da Divisão Sul-Americana, com sede ainda no Uruguai foi o primeiro a incentivar a organização de Clubes de Desbravadores na América do Sul. Em 1957, ele preparou um pequeno manual sobre como organizar um Clube de Desbravadores.
Em São Paulo"Tive a oportunidade de conversar com o Pr. Jairo de Araújo, por ocasião de um Camporee da União Central Brasileira, realizado em Brasília, quando ele e eu fomos homenageados pela criação desse movimento [ Desbravadores] no Brasil", conta o Pastor Wilson Sarli. "Ele me lembrou de quando, em 1959, por ocasião das comemorações dos 40 anos da Sociedade dos Missionários Voluntários no Brasil, realizadas no artigo Colégio Adventista Brasileiro, de 29 de julho a 1 de agosto, ele lançou um desafio para a criação de clubes de desbravadores. Eu estava presente a este congresso, ainda como distrital em Bauru, SP. Mas, até então, não havia desbravadores no Brasil. Era uma atividade desconhecida."
O primeiro contato que o Pastor Wilson Sarli teve com um clube de desbravadores organizado, foi no dia 6 de janeiro de 1961, em Embalce Rio Tercero, na Argentina. Ele havia recém assumido o Departamento de Jovens da Associação Paulista e estava representando São Paulo no Congresso de Jovens da União Austral. Na sexta-feira assistiu as apresentações de um clube de desbravadores no Chile, sob a liderança do Pastor John B. Youngberg, missionário americano que havia criado o clube naquele país.
De volta ao Brasil, com todo material que conseguiu com o Pastor Youngbeerg, o Pastor Wilson pediu a sua secretária que o traduzisse. Segundo ele, esse material foi-lhe solicitado pelo Pastor Henry Feyerabend e também serviu de apoio ao surgimento dos Desbravadores em Santa Catarina. Alguns dias depois, o Pastor Jesus Nazareth Bronze, então Distrital de Ribeirão Preto, comunicou-lhe que a comissão da igreja havia recentemente escolhido um diretor para o Clube de Desbravadores local, a ser fundado, e solicitava instruções para o seu funcionamento.
Em Ribeirão Preto, o Pastor Wilson foi apresentado a um dos primeiros diretores de clube do Brasil, o jovem Luis Roberto Farias, que foi substituído logo depois por Edgard Turcílio. No sábado, todos aguardavam ansiosos pelas palavras do Pastor da Associação, que naquele dia pregaria sobre o Clube de Desbravadores.
Em Santa Catarina
O Pastor norte-americano Henry Raymond Feyerabend, nascido a 10 de junho de 1931, também participou no Congresso na Argentina, em 1961, como Diretor de Jovens da Missão Catarinense. Segundo o Jornal Adventista da Associação Catarinense, "o Pastor Feyerabend chegou ao Brasil em 24 de Dezembro de 1958, já trazendo em sua bagagem as idéias da formação de clubes de Desbravadores, adquiridas em seu distrito nos Estados Unidos. No dia 20 de abril de 1960, Feyerabend dirigiu uma reunião de planejamento das atividades do futuro Clube de Desbravadores Vigilantes, que se iniciaram no dia 28 de abril de 1960... De acordo com Elza Fuckner Alves, que então contava com 11 anos, sua irmã, Lúcia Fuckner dos Santos, nasceu exatamente um dia antes da reunião inaugural (19 de abril de 1960). A identidade de Lúcia confirma a data. Ademar Zabel ainda lembra que, por ter apenas nove anos de idade na época, não poderia participar do Clube, mas acabou sendo aceito depois de muita insistência. Hoje (abril de 2000), Ademar tem 49 anos."
Entretanto, em e-mail de 25/10/00, para Francisco Lemos, o Pastor Henry Feyerabend afirma com respeito à origem dos Desbravadores em Santa Catarina: " Não tenho nada escrito para confirmar a data de início dos clubes. Minha memória também não é perfeita. Fui para Santa Catarina em 1958 e saí de lá em 1962, transferido para A voz da Profecia. Organizei 7 ou 8 clubes em Santa Catarina messe período. Mas a Associação não tem nada que confirme as datas em seus arquivos. Os membros da Igreja de Lageado Baixo dizem que tem certeza de que o seu clube foi organizado antes da viagem para a Argentina em 1961. Mas como já falei, eu não tenho dados escritos nem memória para declarar que foi assim".
No mês de julho de 1961, o Pastor Feyerabend recebeu a visita do Pastor Youngberg, que viera ao Brasil passar algumas dicas sobre como organizar clubes de desbravadores. Naquele tempo já havia clubes em seis cidades catarinenses - Lageado Baixo, Joinville, Blumenau, Florianópolis, Benedito Novo e Bom Retiro. O primeiro a ser fundado foi o de Lageado Baixo, que teve como primeiro Diretor o jovem Osvaldo Haroldo Fuckner.
O evento mais marcante para o Pastor Feyerabend foi a realização de um campori na praia de Itapema, em 1961. " Reunimos naquele acampamento os clubes que havia em Santa Catarina", conta Feyerand. " Não me lembro do número exato de pessoas que participaram, mais creio que tivemos quase 200, contando desbravadores, conselheiros, pastores e instrutores.
No Rio de Janeiro
Quase na mesma época em que o Pastor Wilson Sarli organizava o clube de Ribeirão Preto, o Pastor Cláudio C. Belz ( bisneto do pioneiro Guilherme Belz) recebia dos Estados Unidos material sobre os Desbravadores. Na época, ele era Diretor de Jovens na Associação Rio-Minas. Seu pai, Rodolpho Belz, traduziu as apostilas e ambos, pai e filho, ficaram entusiasmados com as idéias nelas apresentadas. O Pastor Cláudio preparou um sermão sobre o assunto e o apresentou na igreja de Pavuna, no Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, vestindo seu uniforme recém-confeccionado (foi o primeiro desbravador uniformizado em nosso país) e de bandeira em punho apresentou-se na Igreja de Meyer, Rio de Janeiro, onde também falou sobre a importância do Clube de Desbravadores. "Na hora do culto, algumas se retiraram da igreja", lembra o Pastor Cláudio. " Na saída, chamaram-me de louco. Onde já se viu um pastor adventista organizando um clube dentro da igreja, com uniforme, bandeira, hino oficial... Quase desanimei. Ainda bem que meu pai era o presidente da União Este-Brasileira e, como homem de visão, deu-me toda a cobertura".
O Pastor Cláudio Belz organizou o seu primeiro campori de União, no Brasil, e o primeiro campori Sul-Americano. Segundo dados da Associação Geral, ele foi o Diretor de jovens que mais tempo dedicou aos Desbravadores: 33 anos. Junto com o Pastor Youngberg, Cláudio Belz fundou Clubes em vários lugares do Brasil.
Desafio Juvenil Nos dias 1º a 4 de novembro de 1970, 350 desbravadores tiveram a oportunidade de participar do primeiro Campori de Associação (congresso do qual participaram vários clubes) realizado no Brasil. A cidade escolhida foi Pirassununga, SP. E os organizadores foram o Pastores Rodolpho Gorski ( então diretor de jovens da antiga União Sul-Brasileira, cuja sede era São Paulo) e José Silvestre. "Lembro-me da viagem que fizemos de trem de São Paulo até Pirassununga", recorda o Pastor Gorski. "Lembro-me com saudades das barracas, do programa, das atividades, dos banhos no rio, e da cachoeira". Havia Clubes do interior do Estado e da capital, o que tornava aquele encontro um fato inédito, uma vez que os acampamentos até então eram realizados isoladamente por clubes.
Além de ser um dos organizadores desse primeiro Campori, o Pastor José Silvestre foi um desses homens que vestiu o uniforme dos desbravadores para nunca mais tirar, Natural de Regente Feijó, SP, Silvestre começou a trabalhar com Desbravadores (na Obra)em 1972, com 34 anos. Foi ordenado ao Ministério em 1975. Em 1978 foi para o distrito de Registro, SP, onde organizou três clubes, que funcionam até hoje. Em 1980 assumiu o Departamento de Jovens da Associação Paulista, a fim de continuar trabalhando com os Desbravadores. "Sempre gostei de trabalhar com os jovens porque eles encaram mais facilmente os desafios", diz o Pastor Silvestre.
Esse gosto pelos Desbravadores começou bem cedo, quando Silvestre ainda estava no Colégio Interno, onde fundou o Clube de Desbravadores do IAE, em 1965. Na época ele leu muitos livros, manuais e apostilas dos escoteiros e outros movimentos ligados a educação de menores. Pesquisou também os livros de Ellen G. White e encontrou apoio no que ela escreveu sobre a educação, orientação e formação dos jovens e juvenis.
Os desbravadores das décadas de 1960 e 1970 não tinham materiais didáticos nem equipamentos. Naquela época as barracas eram caras e muitos materiais eram importados. Também não tinham líderes preparados, mas insistimos na realização de cursos e na preparação de novos líderes. Foram tempo difíceis, é verdade, mas acreditamos e antevimos milhares de jovens e juvenis que se firmariam na Igreja, sendo, no futuro, líderes fortes" lembra o Pastor Silvestre.
Os pequenos clubes fundados no início da década de 60, no Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo e em outros Estados de nosso país foram a célula inicial do que são hoje os mais de 100 mil desbravadores, organizados em quase 3.000 clubes. "Em mais de 50 anos de história e milhares de acampamentos e Camporis, os Desbravadores acumularam muitos troféus. Eles não são apenas de madeira e metal. Os mais preciosos são pessoas, juvenis que cresceram e hoje são empresários, pastores, professores, médicos e gente que está espalhada no mundo todo, anunciando com a sua vida que Jesus em breve voltará. As faixas de especialidades, os broches, a farda, a bandeira azul e branca, o escudo vermelho e amarelo são lembranças da esperança plantada no peito. Com amor, brincadeiras e muitas felicidades.”

Pastor Henry Feyerabend
Texto compilado da apostila
“UMA ETERNA AVENTURA -
50 Anos de História”
da UCB
“UMA ETERNA AVENTURA -
50 Anos de História”
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